“Apesar da indefinição, temos esperança de um futuro melhor”
“Esta sessão foi uma oportunidade para criar um sentimento de grupo e de pertença”
“Fez-me sentir que é um tempo de agir e (re)construir a aprendizagem em rede”
“Tive a oportunidade de dar tempo à reflexão com emoções”
Estas foram algumas das experiências partilhadas no Círculo de Partilha On-line organizado pela Teach For Portugal na semana passada. Juntámos, pela primeira vez, 38 professores, diretores e participantes Teach For Portugal de várias escolas do país, convidando-os a refletir sobre o tema “Manter a minha melhor versão”.
A sessão foi moderada pela equipa de Formação da Teach For Portugal, que se limitou a sugerir questões como “O que me preocupa, quais os meus receios?”, “Como viver e praticar os meus valores no tempo de mudança?” “De que preciso e quem são os meus aliados?”
Impressionou-me a disponibilidade de todos para partilhar as suas reflexões com os seus pares, especialmente pelo facto de não se conhecerem antes do evento. E percebi que os círculos de partilha, além de uma ferramenta para desenvolver a nossa capacidade de liderança, são tão ou mais úteis quando aplicados à comunidade com a qual trabalhamos. Desta vez foi com educadores, em breve poderá ser com pais ou os próprios alunos.
Nesta sessão, confirmei também que o contexto atual, em que a Escola está temporariamente transferida para meios virtuais, coloca grandes dificuldades a uma parte da população. A nível nacional, 50 mil alunos (5% do total) estão “desligados”, ou seja, não têm computador e/ou internet para poderem participar no Ensino à Distância. Nas escolas onde a TFP intervém diretamente, o seu peso ascende a quase 25% o que revela uma concentração dramática do problema.
Uma fatia dos “desligados” são os “incontactáveis”, ou seja, alunos com os quais as escolas ainda não conseguiram contactar de nenhuma forma, incluindo através de colegas, IPSS e assistentes sociais. No universo de 1700 alunos que a TFP acompanha, há cerca de 100 (6%) com quem ainda não conseguimos falar; mas estamos a trabalhar para chegar até cada um deles.
E o que se está a fazer para resolver estes problemas? Soluções imediatas incluem professores que doam computadores e escolas a desmontar salas de informática para emprestar equipamentos a alunos, além de apoios financeiros de Municípios e Juntas de Freguesia.
A Teach For Portugal, como parte destas comunidades, está também a lançar campanhas locais de angariação de material informático (computadores, tablets, smartphones, hotspots), a candidatar-se a programas de donativos das operadores de telecomunicações e a pedir-lhes orçamentos assim como a revendedores de computadores para facultarem os seus serviços e produtos a custos reduzidos, a fazer levantamento de necessidades alimentares das comunidades para colocar pedidos específicos junto dos retalhistas, e ainda a voluntariar-se para produzir Equipamentos de Proteção Individual (máscaras, toucas, cógulas, botas e manguitos) para hospitais.
De forma direta com a comunidade educativa, a nossa intervenção tem passado por apoiar a criação de grupos de turma em vários canais (Google Classroom, Facebook, WhatsApp), pela realização de tutoriais para professores e alunos sobre utilização de ferramentas como ZOOM, Powton ou Nearpod e até a criação de testes à distância usando inquéritos on-line. Em paralelo, os nossos participantes fazem video chamadas semanais com pais, propõem desafios e dão apoio emocional aos alunos.
Mais do que nunca, a nossa visão está na ordem do dia: nenhuma criança pode ficar para trás devido às circunstâncias em que nasceu e todas merecem uma excelente educação.
Contem com a nossa energia para juntos o conseguirmos!