Imagem: Ashoka
“Quando me inscrevi no Desafio 25<25 da Fundação Calouste Gulbenkian e da Ashoka nunca pensei chegar até à final. Inscrevi-me com o intuito de me desafiar numa área que, apesar de ser a minha paixão, a saúde mental, não era com a população com quem estava habituada a trabalhar.
Este percurso iniciou-se com a apresentação de uma ideia que tivesse um poder transformador. Algo muito fácil, não é verdade?
Depois de passar esta 1ª fase de inspiração e desenho de uma ideia ainda muito abstrata e pouco trabalhada, entrei numa nova etapa – de a refinar. Neste processo todos os jovens tiveram o apoio de um mentor ou mentora. A minha foi a Glória – uma portuguesa a trabalhar na Alemanha que, através de várias videochamadas, me ajudou a dar os primeiros passos no Design Thinking. Foi com o apoio dela que aprimorei e redefini a minha ideia, os meus objetivos e campos de ação.
Como? O processo de design thinking é tudo menos linear. Permite avançar e recuar à medida que conhecemos melhor o problema que nos dispomos a trabalhar. Estes avanços e recuos são feitos através de uma metodologia humana e empática – ir ter com as pessoas que vivem de perto o problema e ouvi-las. Foi este processo de escuta que se revelou como uma das fases mais importantes para mim. Autonomamente falei com idosos (também eles cuidadores de outros idosos), uma psicóloga, membros de uma universidade sénior e a vereadora da ação social da Câmara de Matosinhos.
Foi através destas entrevistas que empatizei ainda mais com as pessoas que vivem com baixa saúde mental e/ou sem recursos próximos que lhes permitam potenciar esta área da sua vida.
Após este processo foi hora de voltar atrás: refinar e avançar com a ideia final. E, mais uma vez, foi fundamental o apoio de uma mentora que me ajudou a organizar toda a informação!
O meu espelho e os post-its ficaram amigos para a vida!
Apesar da minha ideia não ter ganho na final, sei que esta tem potencial e quero muito voltar aos contactos que fiz durante todo este processo para a colocar em prática.
Então o que é que ganhei?
Em 1º lugar uma experiência que me fez re-acreditar que transformar o mundo é possível.
Em 2º lugar, dos vários jovens que concorreram fui uma dos 25 vencedores! Não só terei uma bolsa de formação que me permitirá explorar uma das paixões recém-adquiridas – o empreendedorismo – como também terei o privilégio de inspirar outros jovens a nunca deixarem de acreditar que mudar o mundo é possível!
Tal como Gandhi uma vez referiu, temos de ser nós a mudança que queremos ver no mundo. O que mais desejo é que nunca se baixe os braços e se desista de mudar o mundo. O mundo é feito de pessoas e, se assim o é, somos nós que o fazemos e que temos a obrigação de o melhorar.”
Autora: Gabriela Silva – Mentora da 2ª geração Teach For Portugal
Vencedora do Desafio 25<25 da Ashoka e da Fundação Calouste Gulbenkian