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Hoje, conto-vos a história da Joana, chamemos-lhe assim. A Joana é minha aluna e, quando a conheci, brincava com paus no intervalo e ameaçava com eles os colegas, era um elemento distrativo na turma, nada queria saber da Matemática e apresentava um comportamento um pouco desafiante… e desafiador.  

Senti que a Joana ia ser um grande desafio, mas ao invés de desistir dela, insisti. Reforcei a minha presença nos recreios. Nas aulas de apoio a Matemática mostrei-lhe sempre que ela era capaz e expliquei-lhe a matéria da melhor forma que eu sabia.

Hoje, quando a Joana recebeu a questão de aula do Máximo Divisor Comum e viu que tinha acertado tudo, foi mágico para ela… e para mim! Chamou-me ao lugar e mostrou-me, cheia de orgulho, aquilo que ela tinha conseguido. Festejámos juntas e, já quando eu me ia a afastar, disse-me: “mentora Patrícia, eu consegui, mas só porque me ensinou a fazer os casamentos dos divisores até eu saber fazer”.

Devolvi-lhe todo o mérito, porque o tem, de facto. Deixei isso claro. Mas confesso que ouvir estas palavras da boca da Joana, num ato tão gentil e generoso, quase me levou às lágrimas.  

Algumas conversas e menos paus depois, a Joana não é a mesma que eu conheci, é antes uma melhor versão de si mesma, e esta foi apenas a sua primeira vitória! 

 

Autora: Patrícia Vinhais – Mentora no 1.º ano do Programa de Desenvolvimento de Liderança