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Projeto GAP - Gulbenkian Aprendizagem

Esta semana, após ser sugerido entre os mentores GAP, jogamos dominó numa das mentorias e nunca pensei que um jogo tão comum pudesse ser tão didático e envolvente ao mesmo tempo! Os alunos adoraram e, para além de estarem motivados, treinaram intensamente o cálculo mental e a tabuada do 5 (devido aos pontos). Um fantástico exemplo de como a entreajuda dos mentores promoveu mais um momento enriquecedor para estes queridos alunos :). Muito orgulho por fazer parte deste projeto!

Mentora GAP: Maria Alba, Escolas Mãe d’Água, Amadora

 

As meninas de etnia cigana, depois de uma sessão de dança do Clube de Dança Cigana, quiseram partilhar como era o casamento cigano. Simulámos uma celebração, em que eu era a noiva, outra aluna fez de noivo, e outras de madrinhas e convidadas. Sentiram que na escola poderia haver espaço para a sua cultura e, com imenso brilho e entusiasmo, quiseram partilhá-la. Filmaram-me a dançar para mostrar às mães. Uma comentou: “A minha mãe, quando a vir a dançar, vai dizer que também é cigana.” Pensei em como é simples formar comunidade, quando nos queremos encontrar, tal como somos.

Mentora GAP: Raquel Rodrigues, Escolas de Borba, Borba

 

Numa das escolas onde estou como mentora, há muitos conflitos. Várias crianças já me tinham falado de um aluno em específico que as provoca e tenta bater nos intervalos. Como tive a oportunidade de ir conhecendo a tal criança, apesar de não estar no Projeto Gap, tenho empatia com ela e a sua situação, até porque nos aproximámos muito devido ao facto de ela me pedir muitas vezes para tocar no meu ukulele (que costumo levar para a escola). Muitas crianças faziam queixas desta mesma criança, nomeadamente alguns alunos do 4.º ano que estão no projeto GAP. Com o tempo e a continuidade destes problemas, 3 meninas vieram novamente falar comigo sobre ele, transmitindo sentimentos de revolta e alguma repulsa. Neste momento, perguntei-lhes se alguma vez tinham sido más ou desagradáveis com alguém por se estarem a sentir mal, tristes ou chateadas, ao que responderam que “sim”. Refletimos sobre o facto de muitas vezes não sabermos que história pode estar por trás das atitudes das pessoas. Sugeri-lhes, então, que numa próxima vez em que se deparassem com as mesmas atitudes por parte da tal criança, que lhe respondessem algo como “queres um abraço?” ou “Está tudo bem? O que sentes?”. Uns dias mais tarde, as mesmas raparigas vieram ter comigo super entusiasmadas! Na mentoria, contaram-me que falaram com aquela criança e que lhe fizeram as tais perguntas. A criança abriu-se com elas e contou-lhes que se sentia triste, que não tinha amigos e que estes se afastavam dele devido às suas atitudes. Elas disseram-lhe para tratar bem as pessoas e que podiam ser amigos, e que a ajudariam a tornar-se uma pessoa melhor. Foi muito poderoso e elas vão continuar a espalhar esta beleza pelo mundo!

Mentora GAP: Sandra Lopes, Escolas Pintor Almada Negreiros, Lisboa

 

Mobilizamos uma assembleia junto da professora e alunos devido à queixa de algumas meninas sobre o facto dos rapazes quererem tocar no corpo delas. Pedi para se expressarem através da arte e elas fizeram uma música com coreografia e roupa especial para apresentar para mim. Em breve, faremos uma dança no Tik Tok sobre este tema.

Mentora GAP: Talitha Vaz, Escolas de São Pedro da Cova, Gondomar

 

Durante uma sessão de mentoria online, planeada para matemática, dois alunos do 4.º ano, felizmente, trocaram-me as voltas… Um dos alunos, ainda nos primeiros minutos da sessão, estava muito ansioso por partilhar uns desenhos. Quando não era o meu espanto eram desenhos baseados na história “O vizinho de cima” de António Torrado – que tínhamos abordado na sessão anterior. Eu e a outra aluna ficamos espantadas com a qualidade dos desenhos e bastaram apenas uns minutos para eu perceber que seriam eles, e bem, a conduzir esta sessão que se tornou tão especial. Conversa puxa conversa, e eis que um deles se lembra que poderíamos criar um livro, utilizando os dotes de um dos alunos para ilustrar, e os dotes de outro para escrever. Rapidamente acharam que o meu papel deveria ser tratar da logística!! É difícil resumir a quantidade de ideias que tiveram nessa sessão. Isto só prova que as respostas estão neles mesmo. Esse momento termina com um aluno a afirmar que “esta sessão prova o poder das crianças. Era para ser uma coisa e foi outra!”. Ontem, passado quatro meses dessa sessão, estes alunos apresentaram o seu livro “O vizinho do lado” à turma. O meu coração e o dos amiguinhos encheram-se de orgulho nestes dois alunos!

Mentora GAP: Mariana Soeima, Escolas Pero Vaz de Caminha, Porto

 

“Esta noite acordei a chorar, porque sonhei que te ias embora” – Carolina, 9 anos

Mentora GAP: Raquel Rodrigues, Escolas de Borba, Borba

 

 

 

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