Fiquei muito feliz porque as crianças do 4.º ano quiseram sair “mais cedo” do intervalo para irmos para a mentoria e não termos tão pouco tempo como costuma acontecer a essa hora. Fiquei muito feliz e emocionada por eles quererem sair da sua liberdade para ir para a mentoria, pois faz-me crer que devem sentir-se livres!”
Mentora GAP: Sandra Lopes, AE Pintor Almada Negreiros, Lisboa
Esta semana foi uma semana muito dura para mim. A Joana (nome fictício) que tem 18 anos e estava no 1.º ano do curso profissional decidiu, por livre vontade, desistir da escola. Foi um dia muito triste para mim, porque era das alunas de quem eu mais gostava e apanhou-me completamente de surpresa! Mesmo que tenhamos perdido o vínculo mentor-aluno criado pela escola, eu decidi continuar na vida dela. O sonho dela é ser manicure e já criou a página dela de Instagram, mas claro, está no início e ainda não faz tudo de forma perfeita. Recebeu uns comentários um pouco maldosos que a deixaram completamente abalada. Procurou-me e eu deu-lhes os meus conselhos. Enviou-me uma mensagem tão bonita: “Muito obrigada, melhorou o meu dia a 100% ❤️❤️” 😻 e com isto, queria reforçar a ideia de que temos uma missão mesmo bonita!! E que não somos mentores só na escola … somos mentores da vida ! ❤️”
Mentora GAP: Joana Silva, Escola Secundária Prof. Doutor Flávio F. Pinto Resende, Cinfães
Numa das mentorias, revimos o conteúdo visto em sala, para que eles estejam preparados para o teste. Geralmente, por ser tão focado em conteúdo, os alunos tendem a não se divertirem tanto. Então usei, em todos os exemplos das atividades, coisas relacionadas às animações japonesas que eles tanto gostam. O resultado foi muito bom, e um dos alunos até comentou “foi o mesmo conteúdo que vimos em sala, mas aqui nem parece que foi uma aula. Só estou a conversar sobre o que gosto”. Fiquei feliz e eles sentiram-se seguros em relação à matéria.”
Mentora GAP: Ludmila Faria, Escolas Manuel da Maia, Lisboa
O João (nome fictício) nunca queria ir para a mentoria. Dizia que perdia o recreio. Na maior parte das vezes, ia contrariado. Procurava desafiar-me através de um comportamento muito desadequado, que acabava por desestabilizar as outras crianças. Porém, agora espera-me à porta e pede-me, quando não é o seu dia de mentoria, para ir também. “Eu fico sentado ao pé de ti, a brincar com a plasticina, e não faço barulho.” Penso que esta reviravolta teve que ver com um momento muito particular. Sente que está a começar a entrar na “engrenagem” da leitura. Sentia-se inferior porque toda a turma já sabe ler. Uma vez que celebrei tanto esta vitória, junto dele, possivelmente, sentiu a sua importância para mim.”
Mentora GAP: Raquel Rodrigues, Escolas de Borba
Um grupo de alunos de 4.º ano chegava, vezes sem conta, à hora da mentoria com histórias de conflito que vivenciavam nos intervalos. Foram algumas as sessões em que debatemos sobre estas situações até que, certo dia, surgiu a ideia de desenvolver um projeto que abordasse um dos temas que tanto os inquietava – o bullying. Durante o processo de pesquisa sobre o tema, deparámo-nos com alguns testemunhos de vítimas do mesmo. Foi mágico ver desabrochar entrega e uma vontade enorme de espalhar esta mensagem tão importante de quebrar o ciclo de bullying presente dentro e fora da escola.”
Mentora GAP: Mariana Soeima, Escolas Pêro Vaz de Caminha, Porto
Realizamos uma sessão à volta do autorretrato em desenho, com a identificação de um super poder e uma frase motivacional. Tive um estudante que escreveu “O Poder do Controlo” como super poder e a frase “Não desista!”. Disse-lhe para guardar o desenho e, sempre que pensar em desistir, olhar para o mesmo e ler o que escreveu. No dia seguinte, a meio de uma aula, o aluno estava com o desenho na mão, lendo a frase baixinho. Fiquei emocionada!
Mentora GAP: Talitha Vaz, Escolas de São Pedro da Cova, Gondomar